quinta-feira, 2 de abril de 2009

Discussão da obra "Preconceito Linguístico" de Marcos Bagno.


Dia 11/03/2009

Foi discutido o primeiro capítulo da obra.
O primeiro capítulo apresenta oito mitos que já fazem parte da imagem negativa que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada no país.

Eis os oito MITOS do preconceito lingüístico:
1."A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente"2. "Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português"3. "Português é muito difícil"4. "As pessoas sem instrução falam tudo errado"5. "O lugar onde melhor se fala português é no Maranhão"6. "O certo é falar assim porque se escreve assim"7. "É preciso saber gramática para falar e escrever bem"8. "O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social"
O primeiro mito diz que temos que deixar a idéia da diversidade da língua portuguesa na fala, pois estamos prejudicando a educação. Propõe que é necessário abandonar a idéia da língua portuguesa como uma unidade fechada e que se reconheça a diversidade lingüística para que possamos planejar uma ação junto a população da língua padrão; no segundo mito, o autor destaca que a língua falada no Brasil é totalmente diferente da de Portugal, mas não há superioridade ou inferioridade no uso, o que há são diferenças; no terceiro mito, o autor revela que o português se torna difícil por se basear na norma gramatical de Portugal, não correspondendo à língua do Brasil. A língua em si não é difícil, difícil é a gramática normativa; no quarto mito, o autor revela que o preconceito lingüístico é formado pelo preconceito social que segue o padrão da fala (escola-gramática-dicionário); no quinto mito, o autor revela que essa afirmação se dá devido os maranhenses utilizarem o pronome Tu, mas é preciso desconsiderar esse mito, pois os falantes cultos da língua portuguesa a falam bem em qualquer região do país, e não só no Maranhão; no sexto mito, o autor explica que para a compreensão de uma língua escrita é necessária uma ortografia única para toda essa língua; no sétimo, o autor esclarece que a gramática serve para descrever regras, e é uma decorrência da língua e não o contrário; no oitavo e último mito, o autor justifica que para uma pessoa ter domínio da norma culta ela precisa antes de tudo ter condições para desenvolver a norma culta e reforça o fato de que quando falamos da língua estamos falando automaticamente de política.

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