quinta-feira, 23 de abril de 2009

RESENHA da obra de SOARES, Magda. "Linguagem e escola: uma perspectiva social".

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 17º ed. São Paulo, Ática, 2001.


TÂMARA TÁSSIA DIAS ¹.
TESSIANNE KARLA S. DIAS.


Magda Soares, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, em sua obra “Linguagem e escola - Uma perspectiva social”, analisa três teorias que justificam o fracasso escolar no Brasil: a teoria da deficiência lingüística, a teoria das diferenças lingüísticas e a teoria do capital lingüístico escolarmente rentável. Logo no primeiro capítulo, é apresentado o objetivo da obra, que vem a ser a análise das relações entre linguagem e escola, tendo como principal foco de interesse a compreensão do problema do ensino da língua materna dos alunos pertencentes às camadas populares.
A obra está fundamentada em diversos teóricos, sobretudo, Bernstein, um dos responsáveis pela teoria da deficiência lingüística, que afirma a existência de diferentes tipos de linguagem, determinados pela origem social; Labov que dedicou-se à pesquisa sociolingüística ao abordar a deficiência lingüística e desmistificou a lógica que atribuía à privação lingüística as dificuldades de aprendizagem das minorias étnicas socialmente desfavorecidas; e Bourdieu que mostra que, o que condiciona o uso da língua são as forças materiais e simbólicas, e a influência que a linguagem exerce sobre o indivíduo.
No que diz respeito às teorias que justificam o fracasso escolar do nosso país, a autora postula que a teoria da deficiência lingüística e a teoria das diferenças lingüísticas atribuem à escola a função da adaptação do aluno à sociedade. Dentro dessa lógica, a diferença existente entre as duas teorias está na solução para o fracasso escolar: na teoria da deficiência lingüística há uma proposta educacional, ou seja, a educação compensatória; já a teoria das diferenças lingüísticas propõe o bidialetalismo funcional. E, por último, a teoria do capital lingüístico que tem suas origens na análise de determinantes sociais e econômicos da escola, numa sociedade disposta em classes, recusando a possibilidade de soluções para o problema da discriminação dos sujeitos das camadas populares na escola.
A autora enfatiza o ponto de concordância entre as três teorias, que é a distância existente entre a linguagem das camadas sociais menos abastadas e a linguagem da classe dominante. Segundo ela, é essa distância que explica a crise no ensino da língua materna.
No segundo capítulo são expostas as três explicações para o fracasso escolar existente no Brasil. A primeira explicação faz referência à ideologia do dom, que explica a função da escola como a de adaptar, ajustar os alunos à sociedade, segundo suas condições e características individuais; a segunda é a ideologia da deficiência cultural, ressaltando que as desigualdades sociais provêm da economia, o que contribui para as diferenças de rendimento dos alunos na escola, visto que o aluno das camadas populares são portadores de déficits socioculturais; e a terceira explicação é referente à ideologia das diferenças culturais que, fundamentada na sociedade capitalista, mostra que ser diferente das classes dominantes é ser inferior.
O capítulo três discute o conceito de “deficiência lingüística”, ligada ao contexto cultural em que as camadas populares estão inseridas, mostrando sua origem e seus efeitos sobre a educação e sobre a escola, bem como a involuntária contribuição do sociólogo inglês, Basil Bernstein para essa teoria.
No quarto capítulo a autora, com base nos estudos e pesquisas de Sociolingüísticas rebate o conceito da deficiência lingüística com a contribuição do teórico Labov, apontando a existência de variáveis lingüísticas, e negando a deficiência ou inferioridade de uma variável sobre a outra.
Nesse sentido, percebe-se que através do processo de democratização do ensino, as camadas populares tiveram acesso à instituição escolar. No entanto, a escola não encontrava-se preparada para receber esses alunos. Com isso, houve um crescimento do número de escolas, ampliando o acesso à educação, mas não houve uma reformulação da função da escola, acarretando o fracasso escolar das classes menos abastadas.
No capítulo cinco, os conceitos de “deficiência lingüística” e de “diferenças lingüísticas” são apresentados na perspectiva de uma sociedade da linguagem, apontando a sociedade capitalista como responsável pela transformação de “diferenças” em “deficiências”.
No sexto capítulo a autora retoma as discussões a respeito das funções que são atribuídas à escola no que se refere aos conceitos de “deficiência” e de “diferenças”, apontando possíveis soluções para essa problemática, como por exemplo, como podem ser trabalhadas as relações entre linguagem, educação e classe social numa escola que pretende estar realmente a serviço das camadas populares e que papel tem essas relações na definição de metodologias adequadas ao ensino da língua materna.
A autora afirma que a teoria da deficiência lingüística e a das diferenças lingüísticas idealizam a escola como redentora, depositando nela a responsabilidade pelas distorções e desvios na linguagem popular. Na teoria do capital lingüístico é destacada a impossibilidade de haver soluções educacionais para o problema de discriminação das classes populares na escola.
Com isso, percebe-se o antagonismo apresentado nas duas respostas, que traz como conseqüência uma diferença na leitura do papel social da escola nas referidas teorias. Dentro dessa perspectiva, surge a proposta de uma “escola transformadora”, embasada nas três teorias, e no “bidialetalismo transformacional”, uma espécie de suporte em favor das classes populares contra a discriminação social.
Segundo a autora, essa prática deve partir da compreensão do aluno a respeito das suas condições sociais e econômicas que explica o motivo de uma variedade lingüística se sobressair em relação a outras. Além disso, faz-se necessário levar o aluno a perceber o lugar em que o seu dialeto se encontra inserido na estrutura de relações sociais, econômicas e lingüísticas de sua sociedade, e por que esse dialeto é socialmente estigmatizado, para então, levá-lo a aprender um dialeto que não é o do seu grupo social, oferecendo-lhe a proposta de um bidialetalismo, para fazê-lo ascender em conhecimento, cultural e socialmente e consequentemente diminuir a descriminação e os preconceitos tão presentes na sociedade atual.
Nesse sentido, a escola deve assumir essa postura de transformação, ou seja, uma escola plenamente consciente do seu papel, sobretudo, político na luta pela equidade social e econômica, capaz de oferecer aos sujeitos de baixa renda nela inseridos, os instrumentos que lhes permitam alcançar uma participação cultural e política mais ativa.
Assim, no decorrer de toda a obra estudada torna-se visível que o fracasso escolar no Brasil gira em torno da falta de conhecimento que a escola tem sobre a sua verdadeira função. Se, portanto, a escola assumir como compromisso o processo de transformação social e somar à sua função as contribuições de todas as teorias abordadas, nascerá então, uma escola transformadora que ensina não apenas a língua materna em si, mas, sobretudo, que essa língua é ponte que dá acesso a cultura, a uma maior participação social e distribuição de renda, além de ser um poderoso instrumento na luta contra os preconceitos, as discriminações e desigualdades sociais.

A "EDUCAÇÃO" é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela)

DIA 22/04/09

Na aula de hoje, no primeiro momento, a docente realizou um debate entre a turma sobre a resenha da obra de SOARES, Magda. “Linguagem e escola: uma perspectiva social”.
Ainda nesse momento a mesma ressaltou para os discentes que o objetivo do ensino da língua é o de trabalhar a mesma de forma contextualizada.
Já no segundo momento, a professora acordou com a turma um Seminário acerca da obra “O texto na sala de aula” de GERALDI, João; logo após pediu para os mesmos providenciarem o livro de NOGUEIRA, Nilton Ribeiro. “Pedagogia de Projetos: uma jornada interdeisciplinar rumo ao desenvolvimento das inteligências múltiplas" para ser utilizado para a elaboração do projeto do estágio.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." (Nelson Mandela)


DIA 15/04/09


No primeiro momento da aula a docente deu algumas orientaçãoes acerca da Resenha e do Blog,
logo em seguida montou um cronograma onde ficou acordado com a turma que a Resenha será entregue dia 22/04/09 e o Blog deve estar pronto para avaliação no dia 29/04/09.
No segundo momento a turma seguiu para o Centro Administrativo da cidade onde lá foi realizado uma Palestra sobre a Experiência do Estágio Supervisionado. A mesa foi composta pelos professores Arnom, Douglas e Otília. A abertura da Palestra foi feita pela coodenadora do Curso de Pedagogia do CERES-DESE, Grinaura Medeiros; em seguida foi feita a recitação da Canção Óbvia de autoria de Paulo Freire pelas discentes do 7º período de Pedagogia, Lyzandra e Edinete.
O vice-diretor do Campus falou e em seguida a palvra foi dada a Otíla, onde a mesma falou das suas experiências, logo após, a palavra foi dada ao professor Arnon. O profesor Arnon fez uma explanação acerca da história do estágio supervisionado na UFRN, particularmente ao Campus Central. Ele apresentou o Projeto Pedagógico para Estágio afirmando que hoje o estágio tem quatro momentos, começando a partir do V período nas disciplinas de Licenciatura.
Vimos portanto, que o estágio se dá da seguinte forma:
1º) Estágio: conhecimento da escola(V período);
2º)Conhecer a comunidade onde a escola está inserida(VI período);
3º e 4º) Estágio: em sala de aula(VII eVIII).
E por fim, após a explanação do profesor Arnon a professora Hercília Fernandes fes algumas considerações, onde a mesma ressaltou que o estágio envolve, sequencialmente: teorização, reflexãoo, elaboração e execução.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

EDUCAÇÃO: a condução para o Sucesso.

Dia 08/04/09

Na aula de hoje foi realizado no primeiro momento, as orientações para a Resenha da obra de Magda Soares "Linguagen e Escola - Uma perspectiva social". Já no segundo momento foi discutido entre a turma, a obra acima citada.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A educação faz o homem.


Dia 01/04/2009

PAUTA: Não houve aula da referida disciplina em virtude de termos sido convocados a participarmos de uma Reunião com a Coordenadora do Curso de Pedagogia Grinaura Medeiros acerca do Estágio Supervisionado.

No segundo momento a docente da disciplina fez o encaminhamento da próxima aula:
• Leitura da Obra”Linguagem e Escola Uma perspectiva social”, de Magda Soares.
• Fazer uma síntese da obra para um debate em sala de aula.
• Orientação para a produção da Resenha da Obra.

A boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor.

Dia 25/03/2009
Pauta: Debate acerca de Preconceito Lingüísticos.
1º momento: Exposição de idéias dos grupos de estudo.
2º momento: Encaminhamento.
No primeiro momento os grupos fizeram uma exposição das idéias retiradas da obra estudada “Preconceito Lingüístico”, de Marcos Bagno, os discentes apresentaram os capítulos III, IV e V.
No segundo momento a docente encaminhou a Leitura do livro “Linguagem e escola: uma perspectiva social” de autoria de Magda Soares. A mesma pediu a leitura do 1º capítulo para a próxima aula (1º/04/2009).
Concluindo nessa aula a obra de Marcos Magno, conclui-se que o português brasileiro está infundido em uma série de mitos, que conseqüentemente causa danos ao desenvolvimento da lingüística brasileira.

Educação: o caminho do futuro.


Dia 18/03/2009

Nessa aula foi discutido o 2º capítulo da obra, onde o autor descreve o ciclo vicioso do preconceito lingüístico(gramática tradicional, métodos tradicionais de ensino, livros didáticos e os comandos paragramaticais) que é a origem dos mitos apresentados no capitulo 1 da obra.
Em seguida a turma foi dividida em grupo para na próxima aula apresentar os onze tópicos da capítulo 3 da obra.

Discussão da obra "Preconceito Linguístico" de Marcos Bagno.


Dia 11/03/2009

Foi discutido o primeiro capítulo da obra.
O primeiro capítulo apresenta oito mitos que já fazem parte da imagem negativa que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada no país.

Eis os oito MITOS do preconceito lingüístico:
1."A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente"2. "Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português"3. "Português é muito difícil"4. "As pessoas sem instrução falam tudo errado"5. "O lugar onde melhor se fala português é no Maranhão"6. "O certo é falar assim porque se escreve assim"7. "É preciso saber gramática para falar e escrever bem"8. "O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social"
O primeiro mito diz que temos que deixar a idéia da diversidade da língua portuguesa na fala, pois estamos prejudicando a educação. Propõe que é necessário abandonar a idéia da língua portuguesa como uma unidade fechada e que se reconheça a diversidade lingüística para que possamos planejar uma ação junto a população da língua padrão; no segundo mito, o autor destaca que a língua falada no Brasil é totalmente diferente da de Portugal, mas não há superioridade ou inferioridade no uso, o que há são diferenças; no terceiro mito, o autor revela que o português se torna difícil por se basear na norma gramatical de Portugal, não correspondendo à língua do Brasil. A língua em si não é difícil, difícil é a gramática normativa; no quarto mito, o autor revela que o preconceito lingüístico é formado pelo preconceito social que segue o padrão da fala (escola-gramática-dicionário); no quinto mito, o autor revela que essa afirmação se dá devido os maranhenses utilizarem o pronome Tu, mas é preciso desconsiderar esse mito, pois os falantes cultos da língua portuguesa a falam bem em qualquer região do país, e não só no Maranhão; no sexto mito, o autor explica que para a compreensão de uma língua escrita é necessária uma ortografia única para toda essa língua; no sétimo, o autor esclarece que a gramática serve para descrever regras, e é uma decorrência da língua e não o contrário; no oitavo e último mito, o autor justifica que para uma pessoa ter domínio da norma culta ela precisa antes de tudo ter condições para desenvolver a norma culta e reforça o fato de que quando falamos da língua estamos falando automaticamente de política.

Amantes do Saber de volta as aulas!!



Dia 04/03/2009 – quarta-feira.

Nessa data deu-se o primeiro encontro do semestre, onde a docente apresentou a ementa do curso, tendo por objetivo, na disciplina Prática de Ensino em Metodologia da Língua Portuguesa, promover situações de análise teórica e prática da experiência docente no ensino da Língua Portuguesa na escola de 1º grau, contribuindo para a construção consciente, sistemática e inovadora da prática educativa de modo a desenvolver habilidades intelectuais e técnicas que suscitem mudanças de mentalidade e atitudinais dos educadores no trato com a disciplina.

A ementa do curso apresenta uma reflexão teórica sobre os paradigmas lingüísticos, sociolingüísticos, culturais e ideológicos que permeiam o ensino da Língua portuguesa e as práticas docentes no ensino da língua falada e escrita na Educação Fundamental.

Após a apresentação da ementa do curso, foi apresentado a obra “Preconceito Linguistico de Marcos Bagno, onde o autor denuncia a existência de uma série de mitos infundados que entram na composição do arraigado preconceito lingüístico que vigora na sociedade brasileira. Desmascarando um por um desses mitos, o autor mostra de que maneira a mídia e a multimídia, na contramão dos estudos científicos atuais sobre a linguagem, estão colaborando para perpetuar e aprofundar esse preconceito.

Em seguida a docente pediu que fosse realizada, em casa, a leitura do primeiro capítulo para ser discutido na aula seguinte.